Partido critica papel exercido pelo ex-presidente, que assumiu a tarefa de fazer ataques pessoais a Aécio. Surge 'Fernando Lula de Melo', diz vice tucano
Gabriel Castro, de Belo Horizonte

Luiz Inácio Lula da Silva participa de comício com
Fernando Pimentel (PT),governador eleito do estado de Minas Gerais em
primeiro turno, na praça Duque de Caxias, Belo Horizonte (MG)
(Alex Douglas/O Tempo/Folhapress)
O PSDB reagiu neste sábado aos ataques e insultos proferidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
contra o tucano Aécio Neves, em um comício realizado durante a manhã em
Belo Horizonte. Candidato a vice na chapa de Aécio, o senador Aloysio
Nunes Ferreira emitiu uma nota em que critica a postura do
ex-presidente. "No momento em que se pede para elevar o nível do debate,
o ex-presidente Lula dá as mais baixas declarações em uma campanha
presidencial da história", diz a nota. O tucano atribui a postura de
Lula ao "desespero" e ao risco de perder a eleição. Aloysio diz que o
episódio deste sábado são mais graves que os de Fernando Collor contra
Lula em 1989: "Acaba de surgir um novo personagem na política
brasileira. Falta só definir um nome: Fernando Lula de Melo ou Luiz
Inácio Collor da Silva."
No ato deste sábado, Lula afirmou que Aécio costuma "partir para cima
agredindo" mulheres. Também mencionou o episódio em que o tucano se
recusou a soprar o bafômetro em uma blitz. Lula chamou Aécio de
"filhinho de papai", o comparou a Fernando Collor - o mesmo que hoje
sobe em palanques com Dilma Rousseff. Lula ainda ouviu, sem se
pronunciar, militantes fazendo menção ao uso de drogas por parte do
tucano.
Para o cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de
Brasília, o episódio mostra que o PT nunca se converteu totalmente ao
regime democrático e ainda carrega um "DNA totalitário". "É uma postura
perigosa. Mas, em se tratando do Lula, não deveríramos demonstrar tanta
perplexidade, tanto espanto. Os petistas dificilmente conhecem limites
quando se trata de lutar pelo poder ou conservá-lo."
O comício deste sábado deixou claro qual será o papel de Lula na reta
final de campanha: o de fazer o jogo sujo petista contra o adversário. O
ato comandado por ele em Belo Horizonte foi muito mais um evento
contra Aécio do que um ato pela candidatura de Dilma, que não compareceu
e foi pouco mencionada nos discursos. Os ataques de Lula ao tucano
foram precedidos por discursos igualmente ofensivos.
Além de adotar uma postura indigna de um ex-presidente, Lula
desmerece mais de duas décadas de evolução nos debates eleitorais; o uso
de boatos e ataques pessoais, que parecia superado depois da tumultuada
eleição de 1989, ressurgiu. Lula, que foi vítima vinte e cinco anos
atrás, se transformou em agressor. E, se Collor usou um depoimento da
ex-mulher de Lula para acusá-lo de ter defendido a realização de um
aborto, as agressões do PT se baseiam unicamente em boatos que carecem
até mesmo de um autor.
A eleição presidencial deste ano está acirrada - é impossível prever
quem sairá vencedor em 26 de outubro. Mas, caso Dilma Rousseff e o PT
saiam derrotados, o comício deste sábado em Belo Horizonte deve ficar
marcado como o símbolo da degradação do partido que comandou a
Presidência da República nos últimos doze anos. (Veja)

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1-Não julgueis, para que não sejais julgados. 2-Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida que usardes para medir a outros, igualmente medirão a vós. …