Pequenos tumores benignos são encontrados na pele da maioria dos adultos, e os cientistas já sabem que uma mutação num gene conhecido como BRAF é o que faz eles surgirem. Mas eles ainda não tinham entendido a razão deles pararem de crescer depois de um tempo. Foi justamente neste sentido que os pesquisadores da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia anunciaram a identificação de um importante fator genético que mantém esses pequenos tumores no seu estado habitual, ou seja, não cancerígenos e com um tamanho constante.
Segundo os pesquisadores, a mutação do gene BRAF é o que estimula o crescimento dos tumores, mas, ao mesmo tempo, ela estimula a produção de uma proteína supressora de tumor - denominada p15 - que funciona como um freio na divisão celular. Essa divisão celular é o que transforma esse pequeno tumor benigno em um melanoma - que é um dos tumores mais perigosos por poder invadir qualquer órgão do corpo, criando metástases, inclusive no cérebro e coração - um câncer com grande letalidade. Os cientistas entenderam que o câncer se desenvolve quando as células perdem esta proteína de ?freio?, a p15, porque as células começam a se dividir novamente, o que pode progredir para o câncer.
Como foi feito este estudo? - Para chegar a esta conclusão os pesquisadores desenvolveram um modelo de melanoma humano, usando a engenharia de tecidos para fazer enxertos de pele, contendo células com estes pequenos tumores em que a p15 foi retirada. Quando combinada com outras mutações conhecidas por serem importantes no desenvolvimento do melanoma e transplantadas em ratos, essas células desenvolveram o câncer.
Sobre a proteína:
A p15, apesar de já ser conhecida, até então não tinha a sua importância analisada e documentada, uma vez que os estudos anteriores se focaram em outra proteína, a p16, que faz um papel bastante similar a p15 nos melanomas e outros cânceres. Ambas trabalham juntas na supressão dos pequenos tumores benignos, mas os cientistas agora acreditam que a p15 tem funções únicas. Um exemplo disso foi que quando eles inseriram a p15 em células normais conseguiram parar a sua proliferação completamente, enquanto com a p16 o processo apenas se tornou mais lento.
Próximos passos: Agora a equipe planeja fazer experimentos com o modelo para entender melhor como o melanoma se desenvolve e como ele pode ser tratado com novas terapias. Da mesma forma, eles ainda precisam analisar quais os possíveis ações da p15 em outros tipos de câncer. (MSN)
Quarta, 12 de agosto de 2015 – Postado por Elismar Rodrigues
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