Na
reta final da sucessão presidencial, um neofascismo espreita o Brasil. A
avaliação é do colunista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em
Brasília.
“No Rio, o cronista Gustavo Duvivier
passou a receber diversos tipos de ameaça depois que publicou um texto
onde deixou clara sua preferência por Dilma”, diz ele. “Agressores
avançaram sobre o escritor Enio Gonçalves Filho, blogueiro com momentos
de boa inspiração — e que é cadeirante — quando ele se dirigia ao
Churrasco dos Desinformados, na Praça Roosevelt. Enio se dirigia a um
protesto para responder ao comentário de Fernando Henrique Cardoso sobre
a vantagem de Dilma nos estados do Nordeste.”
Outro alvo de intolerância, lembra
PML, tem sido o programa Mais Médicos. “Há outros componentes no Brasil
de 2014. A referencia sempre odiosa aos médicos cubanos que respondem
pelo atendimento de brasileiros que nossos doutores verde-amarelos não
têm a menor disposição de atender, revela o casamento do preconceito com
um anticomunismo primitivo, herança viva da ditadura de 1964. Permite
ao fascismo recuperar o universo Ame-o ou Deixe-o”, afirma. “O progresso
social dos últimos anos ajudou a criar ressentimento de camadas de cima
que se vêem ameaçadas — em seu prestígio, mais do que por outra coisa –
em função do progresso dos mais pobres, essa multidão despossuída que
na última década conseguiu retirar uma fatia um pouco mais larga do bolo
da riqueza do país.”
No passado, processos semelhantes
culminaram com a ruptura do processo democrático. “Na década de 1950,
poucas medidas de Getúlio Vargas despertaram o ódio de seus adversários
como a decisão de aumentar o salário mínimo em 100%. Pouco importava que
esse número se baseasse na inflação do período anterior, de inflação
altíssima. A questão é que, com um salário desses, um operário da
construção civil poderia ganhar o mesmo que um militar de baixa patente e
outros funcionários públicos — e isso era inaceitável num país onde o
trabalho de um pedreiro era visto como a herança da escravidão”, afirma.
“O fim da história nós sabemos. Irá se repetir?” (247)

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Mateus 7
1-Não julgueis, para que não sejais julgados. 2-Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida que usardes para medir a outros, igualmente medirão a vós. …