
Repetindo o clima tenso visto na TV Bandeirantes na última terça-feira (14), o segundo debate presidencial do segundo turno foi marcado por acusações e ofensas mútuas. O candidato Aécio Neves (PSDB) insistiu em lembrar sua rival Dilma Rousseff (PT) o escândalo da Petrobras, que tem estampado as capas dos jornais, revistas e portais de notícias. “Só me resta uma conclusão: ou a senhora foi conivente ou foi incompetente na gestão da maior empresa pública do Brasil”, declarou o tucano. Em contrapartida, a candidata à reeleição destacava a autonomia adquirida pela Polícia Federal durante o governo do PT para investigar casos de corrupção, uma argumentação utilizada em confrontos anteriores, e trouxe de volta as contratações de parentes de seu adversário no governo de Minas Gerais. O debate foi promovido pelo SBT em parceria com o portal de notícias Uol e a rádio Jovem Pan.
A candidata à reeleição disse estarem soltos os envolvidos nos casos da denúncia de compra de votos para aprovação da emenda da reeleição, os escândalos da pasta rosa, do Sivan, do mensalão mineiro e do cartel de trens e metrô em São Paulo, esse último, apontou, sendo hoje investigado por instituições da Suíça. Aécio rebateu dizendo que esses casos foram investigados e as pessoas não foram condenadas por falta de provas. Dilma, por sua vez, disse achar “estarrecedor” que Aécio ache que essas pessoas não foram condenadas por serem inocentes. Segundo ela, isso aconteceu porque não foram investigadas.
Dilma bateu na tecla do nepotismo e listou um tio, uma irmã, três primos e três primas empregados por Aécio no governo de Minas Gerais, dizendo que todos esses casos não foram explicados pelo candidato do PSDB. Mas a presidente não esperava a resposta dada por Aécio, que garantiu que sua irmã nunca foi contratada, tendo assumido cargo voluntária. “Igor Rousseff, seu irmão, foi nomeado pelo prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel [PT] no dia 20 de setembro de 2003, e nunca apareceu para trabalhar, candidata. Essa é a grande verdade. A diferença entre nós é que a minha irmã trabalha muito e não recebe nada, o seu irmão recebe e não trabalha nada”, acusou.
Iniciado por volta das 18h, o debate foi aberto com uma pergunta do jornalista e apresentador Carlos Nascimento aos dois oponentes: “Por que o senhor e a senhora desejam ser presidente da República”? O primeiro a responder foi o tucano, que alegou que deseja “encerrar o ciclo de governo que fracassou na gestão do Estado nacional”. Em sua vez, a presidente defendeu o modelo petista de gerir o país. “Temos aqui o Brasil que emprega contra um Brasil que desemprega. Um que vai governar para todos contra um que vai governar para alguns”, comparou Dilma.
Durante todo o programa, Aécio Neves acusou Dilma de dizer mentiras e a petista acusou o rival e o PSDB de esconder coisas “debaixo do tapete”. No último bloco, os ânimos ficaram mais exaltados. Dilma abordou a denúncia sobre o aeroporto da cidade mineira de Cláudio, que teria sido construído com dinheiro público, mas está sob posse de um familiar de Aécio. O presidenciável tucano acusou a petista, que também é mineira, de ofender Minas Gerais. Dilma, por sua vez, rebateu o opositor. “Candidato, não coloque Minas Gerais como sendo o senhor. O senhor não é Minas Gerais. O senhor é apenas um cidadão mineiro”, ironizou.
Diário de Pernambuco

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1-Não julgueis, para que não sejais julgados. 2-Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida que usardes para medir a outros, igualmente medirão a vós. …